Ando lendo o Matheus Pichonelli. Tá certo. O cara é meu amigo, o conheço razoavelmente pra dar uma força e tal e coisa. Já o lia no UOL - Universo Online, o vejo no ICL, a gente se conversa, às vezes.
Mas ando lendo o Matheus porque grudei no texto dele. Seja pelas resenhas do cinema, escolhidas milimetricamente numa espécie de making of dos filmes que tocam a existência humana, seja pela amarração figurativa, o contorno do texto, a coesão, coerência, aspectualidades que dão grandeza a um suposto texto despretensioso. Pichonelli tem a verve dos grandes cronistas.
Só que o faz de um modo que beira à perfeição. O texto é tão bom, mas tão bom que, ao você ver o filme, entende que um foi feito sob medida para o outro. Como se a resenha viesse complementando as cenas. Pichonelli tem a verve da continuidade, elemento importante do cinema.
Não digo tudo isto de forma gratuita. Até porque nada é gratuito ali. Nem o texto, nem os filmes, nem....É tudo visceral. E bonito. Antíteses.
Outro dia, saltou-me à mente esta expressão ao ler o Pichonelli. Mais-que-perfeito. Lembrei-me, claro, que a expressão dá nome a um tempo verbal. Mas a uso aqui no sentido literal. Ipsis litteris, pra usar o sem-discussão do latim. Quero dizer que o texto amarra as pontas. Não dá recado, mas deixa o retalho do crochê pronto. E é tão bom, que excede. Excede um 'certo' tamanho da crônica, gênero que estudei à exaustão no mestrado. Mistura-se com o drama, a novela, estica e afrouxa, como um bom conto de Hemingway. É coisa de fôlego. Precisa parar, pensar, voltar, vomitar, rergugitar. É assim com as grandes obras. E é só um texto, uma resenha de cinema, a princípio despretensioso, como eu disse.
Escrevo tudo isto porque devo algumas sessões de psicanálise ao Pichonelli. As leituras me levaram longe. A elaborações profundas. Exagero? Sugiro, antes, que leia. É provável, e não há certezas, que acessará algum pretérito mais-que-perfeito em ti mesmo.
O pretérito mais-que-perfeito de Pichonelli
Ando lendo o Matheus Pichonelli. Tá certo. O cara é meu amigo, o conheço razoavelmente pra dar uma força e tal e coisa. Já o lia no UOL - Universo Online, o vejo no ICL, a gente se conversa, às vezes.
Mas ando lendo o Matheus porque grudei no texto dele. Seja pelas resenhas do cinema, escolhidas milimetricamente numa espécie de making of dos filmes que tocam a existência humana, seja pela amarração figurativa, o contorno do texto, a coesão, coerência, aspectualidades que dão grandeza a um suposto texto despretensioso. Pichonelli tem a verve dos grandes cronistas.
Só que o faz de um modo que beira à perfeição. O texto é tão bom, mas tão bom que, ao você ver o filme, entende que um foi feito sob medida para o outro. Como se a resenha viesse complementando as cenas. Pichonelli tem a verve da continuidade, elemento importante do cinema.
Não digo tudo isto de forma gratuita. Até porque nada é gratuito ali. Nem o texto, nem os filmes, nem....É tudo visceral. E bonito. Antíteses.
Outro dia, saltou-me à mente esta expressão ao ler o Pichonelli. Mais-que-perfeito. Lembrei-me, claro, que a expressão dá nome a um tempo verbal. Mas a uso aqui no sentido literal. Ipsis litteris, pra usar o sem-discussão do latim. Quero dizer que o texto amarra as pontas. Não dá recado, mas deixa o retalho do crochê pronto. E é tão bom, que excede. Excede um 'certo' tamanho da crônica, gênero que estudei à exaustão no mestrado. Mistura-se com o drama, a novela, estica e afrouxa, como um bom conto de Hemingway. É coisa de fôlego. Precisa parar, pensar, voltar, vomitar, rergugitar. É assim com as grandes obras. E é só um texto, uma resenha de cinema, a princípio despretensioso, como eu disse.
Escrevo tudo isto porque devo algumas sessões de psicanálise ao Pichonelli. As leituras me levaram longe. A elaborações profundas. Exagero? Sugiro, antes, que leia. É provável, e não há certezas, que acessará algum pretérito mais-que-perfeito em ti mesmo.
Belo texto, Matheus!